segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Pensamento do dia!



" A maior necessidade do mundo é de Homens. Homens que não podem ser comprados nem vendidos. Homens honestos no mais íntimo de  seus corações.Homens que não  temem chamar o pecado  por seu nome. Homens cuja conciencia é tão fiel ao dever como a agulha magnética do polo. Homens que fiquem com o direito embora o céu caia. E o objetivo de uma loja maçónica é criar tais homensAlbert Eyler    -  Grão Mestre da Pensilvânia  Brçs. jf.


                                           Indicada pelo irmão Jose Fernandes

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Entendendo o Companheirismo



A Maçonaria, como a nossa vida profana, é feita de etapas. Umas difíceis, outras menos difíceis, umas lentas, outras menos lentas. Uma coisa é certa, a superação dessas etapas é pela aquisição de novos conhecimentos e nem por isso tornam-se elas mais fáceis. O grau de dificuldade continua o mesmo, pois são sempre etapas novas e o novo, por ser desconhecido, é sempre difícil de ser vencido.
Na minha infância, uma das virtudes que mais me foi enfatizada foi a da responsabilidade de buscar sempre a melhoria do meu eu.
Hoje, sinto-me mais tranqüilo. Sou conhecedor de parte dos meus limites, mas isso não me faz perder a noção do que represento e do quanto sobre a minha pessoa recai a necessidade de seguir os bons exemplos e praticá-los, sempre que possível.
Quando acima digo sinto-me mais tranqüilo, não estou utilizando-me de uma possível pretensão. Simplesmente quero dizer que maior é a responsabilidade de quem ensina e encontra-me ainda na fase do aprendizado.
Recordo-me que meu pai, quando em família, sempre disse: “Os filhos hão de ter sempre um guia, para que o seguindo não se afastem dos bons caminhos”.
Por isso meus Irmãos, a etapa de Companheiro é extremamente significativa, pois é nela que se adquiri “peças” de um mosaico que mais tarde vai definir o que é ser um Mestre.
Um homem não se faz, se cria.
Os Mestres são totalmente responsáveis por essa criação, pois são eles é que vão determinar quem serão os Mestres do amanhã.
A Maçonaria simbólica é dividida em três etapas: Aprendiz, Companheiro e Mestre. Nossas vidas também são divididas em três etapas: Infância, Adolescência e Maturidade.
Quando traço o paralelo entre o grau de Aprendiz e a Infância fala do início da vida. É nessa etapa da vida que adquirimos nossas virtudes. Captamos bons e maus exemplos. Se fizermos parte de uma família, no sentido correto da palavra, absorveremos somente os bons exemplos.
Não é por acaso que, quando ainda Aprendiz, somos incessantemente levados a entender o que vem a ser o “desbaste da pedra bruta”.
Como na Infância não sabemos ler nem escrever, só nos compete a absorção de ensinamentos e entender o que é bom ou ruim, o que é demais ou pouco, e assim por diante.
Nesta fase estamos trabalhando o nosso interior. A tendência é de que uma criança bem criada venha a tornar-se um bom homem, um Aprendiz bem conduzido venha a tornar-se um excelente Mestre.
Quando chegamos ao grau de Companheiro ou a Adolescência, estamos diante de outro grau de dificuldade.
Neste momento continuamos a buscar exemplos e passamos a ser, nós próprios, exemplos. Continuamos a nos mirar nos Mestres, mas também já somos vistos pelos Aprendizes. Deparamo-nos com coisas antes não imaginadas, as quais nos fazem, às vezes, achar que já somos alguma coisa ou alguém.
No Ritual de Companheiro, quando do ensinamento da Marcha, talvez ali esteja a grande filosofia desse grau. No meu entendimento, os passos laterais querem dizer que, quando nesta fase, temos que encontrar ou buscar o novo ou novas respostas, mas não devemos nos afastar da linha reta de onde partimos. Um passo para direita compensado por outro para a esquerda.
Imaginem meus Irmãos, apresentarmos uma novidade a alguém que ainda não tem o devido controle sobre si mesmo ou não esteja preparado para entendê-la. Podemos estar acordando esse alguém para alguma coisa não desejada nem por nós nem por ele próprio.
A Adolescência é a fase da rebeldia, é quando achamos que somos. É quando temos acesso a parcos conhecimentos e achamos que já podemos utilizá-los.
Enganam-se os que assim pensam. Como na Adolescência, o Companheiro pode e deve ter acesso a novos conhecimentos, mas a sua maior sabedoria será em assimilá-las e armazená-las para utilizá-las conforme as situações futuras.
Quando Aprendiz, trabalhamos o nosso interior e quando Companheiro nos voltamos para o conhecimento exterior.
Coloquemos os dois tipos de conhecimento, interior e exterior, a disposição de quem não sabe utilizá-los e provavelmente não chegaremos a um bom homem.
Por isso, o grau de Companheiro não nos coloca somente diante de novos conhecimentos. Ele nos coloca diante de um maior ensinamento que é o do controle do homem sobre si mesmo. Os que conseguem essa felicidade, quando chegarem a Maturidade ou ao Mestrado, terão a plena consciência e certeza do momento certo do uso desses conhecimentos.
Na Infância aprendemos, na Adolescência conhecemos, na Maturidade usamos e ensinamos. Como Aprendiz absorvemos como Companheiro aprendemos a controlar, como Mestre espargimos ou doamos a energia e os conhecimentos acumulados.
Em nossas instruções de Companheiro alguns detalhes marcaram um pouco mais e talvez sejam eles os determinantes para que possamos entender o conteúdo desse grau.
A Maçonaria nos coloca fazendo parte de Colunas ou grupos e é a interação dessas Colunas que fazem o homem chegar próximo da perfeição.
Podemos dizer que da junção da Coluna do Norte, simbolicamente representante da Força e Força é igual a Energia, com a Coluna do Sul, simbolicamente representante da Estabilidade, e Estabilidade é igual a Controle, faremos surgir algo quisto pelo Grande Arquiteto do Universo, ou seja, o homem criado a sua imagem e semelhança.
As Colunas são as representações do físico e do espiritual, do real e do sacerdotal. São elas que juntas, e em perfeito equilíbrio, virão a dar representação ao Maçom.
Quando da elevação, o Iniciado já não tem mais os olhos vendados. Simbolicamente começa a ver mais do que a si próprio, começa a ter acesso ao que esta a sua volta.
Começa a utilizar os seus sentidos, que são: a visão, a audição, o tato, o olfato e o paladar.
O homem para conhecer bem e ter o domínio perfeito das coisas precisa impregnar-se do que o Grande Arquiteto do Universo criou e lhe oferece, utilizando-se dos seus sentidos.
São eles as ferramentas utilizadas pelo homem para não deixar nada do que esta a nossa volta passar despercebido. São eles que transmitem imediatamente esses dados ao nosso armazenador de conhecimentos, que é o cérebro.
Os sentidos estão no inicio de uma cadeia, estão na ponta do que podemos chamar de captação de energia exterior.
O conhecimento humano nada mais é do que o acúmulo de tudo o que os sentidos puderam captar.
No grau de Companheiro começamos a enxergar, começamos a ter acesso ao exterior, começamos a conhecer.
Neste mesmo grau nos são apresentadas as chamadas artes liberais, definidas em nossos rituais como sendo: a Gramática, a Retórica, a Lógica, a Aritmética, a Geometria, a Astronomia e a Música.
Para o Maçom o uso das artes liberais tem a função de projetar os conhecimentos de forma ordenada. Elas são os instrumentos utilizados para uma avaliação do que foi possível assimilar e/ou funcionam como um correio do que o homem pode fazer por si próprio, pelos Irmãos e pela Humanidade.
Formada a cadeia, que começou pelo auto polimento, passou pela absorção ou acúmulo e chegou ao ordenamento de conhecimentos, nós podemos tentar começar a entender o que é a verdade.
Baseado nos meus ainda pequenos conhecimentos poderia dizer que a verdade para o homem é como a impressão digital. Cada um tem a sua. Tudo depende da forma como vamos, ouvimos, sentimos ou entendemos e que nos é chegado.
A Vida é uma verdade, e o homem a vive e transforma de acordo com suas boas e mais virtudes.
A única verdade que independe de qualquer outra coisa e a qual o homem não tem ingerência é a do conhecer. Cumprimos as etapas de nossas vidas aprendendo e aprendemos até o fim.
E o que nos define como Maçons são os bons conhecimentos que acumulamos e as boas atitudes que praticamos.
São as únicas coisas que nos fazem bem e que podemos transmitir ou deixar aos nossos semelhantes.
Por isso, ao Companheiro compete a diligência pessoal na busca do conhecimento e a aptidão freqüente à prática do bem.

Mestre Maçom Robson C. Cerqueira Ferreira

A Visão de um Aprendiz


Meus Irmãos, após esta pequena jornada, me foi solicitado à feitura de um trabalho com fim a divulgar o que este Aprendiz compreendeu e assimilou.
Optei em ser o mais breve possível, primeiro a não lhes tomar o tempo e em segundo a não cometer um grande número de erros possíveis.
Observei, após as sete instruções que me foram passadas, que cada uma delas me transmitia conhecimentos gerais e específicos.
Gerais quando me passaram ensinamentos a respeito da ritualística e dos símbolos utilizados nos Templos, específicos quando me dirigiam palavras às quais tem por fim desenvolver e melhorar na essência a cada um de nós.
Como todo Aprendiz fui alojado na Coluna do Norte, local onde ficam expostos as Pedras Brutas a espera dos primeiros ensinamentos e na esperança do aperfeiçoamento.
Quando em minha primeira instrução me foi transmitido a expressão “... compete ao Aprendiz Maçom o trabalho de desbastar a Pedra Bruta...” em um primeiro raciocínio perguntei-me: “Desbastar-me a mim mesmo?!”.
O tempo passou e me veio outra pergunta: “Quando fui aceito e iniciado já teria eu as características de um Maçom?”.
Essas perguntas não devem ser respondidas por este Aprendiz, pois se o fizesse, acredito que, estaria interferindo em meus progressos.
Agora com certeza, não é qualquer Pedra Bruta que pode vir a ser exposta na Coluna do Norte.
O desbaste da Pedra Bruta simbólica que é, consiste, no meu entender, na manutenção e o aprimoramento dos valores que o homem traz dentro de si, os quais estando em estado de harmonia o transportam á próximo da Perfeição, e também na erradicação, ou tentativa desta, dos seus vícios e vontades.
Digo “... tentativa de erradicação...”, pois vemos que alguns Irmãos não chegam a resultados positivos e em vez de continuarem tentando, preferem nos abandonar e acabam abandonando-se a si próprios.
Quando digo “... próximo da Perfeição...”, estou tentando dizer que o polimento da Pedra Bruta para nós homens é infindo. Para esta afirmação baseio-me no que está escrito no próprio Livro Sagrado: “E Deus fez o homem a sua imagem e semelhança”. No entender deste Aprendiz a palavra semelhança quer dizer parecido, ou seja, não é igual,
existem diferenças. Por isso só podemos chegar próximo da Perfeição, pois só o Grande Arquiteto do Universo é perfeito.
 Baseando-me no fato de que ao transpor da Coluna do Norte para a do Sul, ou seja, saindo da Pedra Bruta para a Polida, entendo que as instruções ministradas foram degraus alcançados na tentativa do meu aperfeiçoamento. Os valores e as virtudes me foram apresentados e cabe somente a minha pessoa mantê-las e aperfeiçoa-los.
Dentre os quais entendi como ensinamentos, específicos, foi solicitado explorar sobre fraternidade e solidariedade, e ambos não são tão ou mais importantes que outros valores ou virtudes, mas com certeza fazem parte de um conjunto que sem a presença delas não permite que o homem saia da Pedra Bruta para a Polida, ou seja, sem elas não existe o início do aperfeiçoamento.
Na língua portuguesa a expressão “fraternidade” significa, entre outras definições, “a união ou convivência como de irmãos”, e a expressão “solidariedade”, da mesma forma, tem como uma das suas definições “o sentido moral que vincula o indivíduo à vida, aos interesses e as responsabilidades dum grupo social, duma nação ou da própria humanidade”.
No entendimento deste Aprendiz, cada um dos Irmãos é uma parte desta Loja e se para erguer essa construção temos que ser iguais, como se “tijolos” fossemos, também temos que estar juntos, e para estarmos juntos temos que conviver como Irmãos, daí ter que ser fraternos.
Para sermos fraternos temos que respeitar o direito dos outros, tratarmos a todos da mesma forma e não contermos alguns vícios que nos levem, principalmente, a comparações, como por exemplo: a inveja, o orgulho, a vaidade.
Quanto à solidariedade, esta é uma das virtudes de maior amplitude, pois vai desde a participação em uma sociedade até a ajuda a uma situação de infelicidade de outrem.
Ser solidário requer vontade própria e não se deve esperar ou exigir reciprocidade. A solidariedade tem que ser espontânea, é o homem ao lado do seu próximo pronto a lhe dar a mão seja de forma material, espiritual ou pessoal.
Em nossas instruções, mas precisamente na segunda, está escrito que devemos ser solidários para com os Irmãos, mas não somente com os Irmãos, que devemos ser solidários com todos os Irmãos e profanos, resguardando-se os nossos limites. Pois bem, acredito que a solidariedade é uma das virtudes mais bonitas, pois ela quando utilizada não pede que se determine a quem, mas o porquê, pois só se é solidário a quem precisa.
Enfim, estamos diante de duas virtudes que devemos exercitar exaustivamente entre os Irmãos, mas devemos exercitá-las com os profanos também, pois só assim além de desmistificar a nossa Instituição daremos chance a todos de conhecer e aprender sobre as virtudes que nos definem como Maçons, mas que deveriam ser exercidas por todos os homens.


Mestre Maçom Robson C. Cerqueira Ferreira