quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A Visão de um Aprendiz


Meus Irmãos, após esta pequena jornada, me foi solicitado à feitura de um trabalho com fim a divulgar o que este Aprendiz compreendeu e assimilou.
Optei em ser o mais breve possível, primeiro a não lhes tomar o tempo e em segundo a não cometer um grande número de erros possíveis.
Observei, após as sete instruções que me foram passadas, que cada uma delas me transmitia conhecimentos gerais e específicos.
Gerais quando me passaram ensinamentos a respeito da ritualística e dos símbolos utilizados nos Templos, específicos quando me dirigiam palavras às quais tem por fim desenvolver e melhorar na essência a cada um de nós.
Como todo Aprendiz fui alojado na Coluna do Norte, local onde ficam expostos as Pedras Brutas a espera dos primeiros ensinamentos e na esperança do aperfeiçoamento.
Quando em minha primeira instrução me foi transmitido a expressão “... compete ao Aprendiz Maçom o trabalho de desbastar a Pedra Bruta...” em um primeiro raciocínio perguntei-me: “Desbastar-me a mim mesmo?!”.
O tempo passou e me veio outra pergunta: “Quando fui aceito e iniciado já teria eu as características de um Maçom?”.
Essas perguntas não devem ser respondidas por este Aprendiz, pois se o fizesse, acredito que, estaria interferindo em meus progressos.
Agora com certeza, não é qualquer Pedra Bruta que pode vir a ser exposta na Coluna do Norte.
O desbaste da Pedra Bruta simbólica que é, consiste, no meu entender, na manutenção e o aprimoramento dos valores que o homem traz dentro de si, os quais estando em estado de harmonia o transportam á próximo da Perfeição, e também na erradicação, ou tentativa desta, dos seus vícios e vontades.
Digo “... tentativa de erradicação...”, pois vemos que alguns Irmãos não chegam a resultados positivos e em vez de continuarem tentando, preferem nos abandonar e acabam abandonando-se a si próprios.
Quando digo “... próximo da Perfeição...”, estou tentando dizer que o polimento da Pedra Bruta para nós homens é infindo. Para esta afirmação baseio-me no que está escrito no próprio Livro Sagrado: “E Deus fez o homem a sua imagem e semelhança”. No entender deste Aprendiz a palavra semelhança quer dizer parecido, ou seja, não é igual,
existem diferenças. Por isso só podemos chegar próximo da Perfeição, pois só o Grande Arquiteto do Universo é perfeito.
 Baseando-me no fato de que ao transpor da Coluna do Norte para a do Sul, ou seja, saindo da Pedra Bruta para a Polida, entendo que as instruções ministradas foram degraus alcançados na tentativa do meu aperfeiçoamento. Os valores e as virtudes me foram apresentados e cabe somente a minha pessoa mantê-las e aperfeiçoa-los.
Dentre os quais entendi como ensinamentos, específicos, foi solicitado explorar sobre fraternidade e solidariedade, e ambos não são tão ou mais importantes que outros valores ou virtudes, mas com certeza fazem parte de um conjunto que sem a presença delas não permite que o homem saia da Pedra Bruta para a Polida, ou seja, sem elas não existe o início do aperfeiçoamento.
Na língua portuguesa a expressão “fraternidade” significa, entre outras definições, “a união ou convivência como de irmãos”, e a expressão “solidariedade”, da mesma forma, tem como uma das suas definições “o sentido moral que vincula o indivíduo à vida, aos interesses e as responsabilidades dum grupo social, duma nação ou da própria humanidade”.
No entendimento deste Aprendiz, cada um dos Irmãos é uma parte desta Loja e se para erguer essa construção temos que ser iguais, como se “tijolos” fossemos, também temos que estar juntos, e para estarmos juntos temos que conviver como Irmãos, daí ter que ser fraternos.
Para sermos fraternos temos que respeitar o direito dos outros, tratarmos a todos da mesma forma e não contermos alguns vícios que nos levem, principalmente, a comparações, como por exemplo: a inveja, o orgulho, a vaidade.
Quanto à solidariedade, esta é uma das virtudes de maior amplitude, pois vai desde a participação em uma sociedade até a ajuda a uma situação de infelicidade de outrem.
Ser solidário requer vontade própria e não se deve esperar ou exigir reciprocidade. A solidariedade tem que ser espontânea, é o homem ao lado do seu próximo pronto a lhe dar a mão seja de forma material, espiritual ou pessoal.
Em nossas instruções, mas precisamente na segunda, está escrito que devemos ser solidários para com os Irmãos, mas não somente com os Irmãos, que devemos ser solidários com todos os Irmãos e profanos, resguardando-se os nossos limites. Pois bem, acredito que a solidariedade é uma das virtudes mais bonitas, pois ela quando utilizada não pede que se determine a quem, mas o porquê, pois só se é solidário a quem precisa.
Enfim, estamos diante de duas virtudes que devemos exercitar exaustivamente entre os Irmãos, mas devemos exercitá-las com os profanos também, pois só assim além de desmistificar a nossa Instituição daremos chance a todos de conhecer e aprender sobre as virtudes que nos definem como Maçons, mas que deveriam ser exercidas por todos os homens.


Mestre Maçom Robson C. Cerqueira Ferreira

Nenhum comentário:

Postar um comentário